estou limpo e sucinto afinal
de toda a maledicência
engulo-a como ao tornado
que as mãos arrepanha
e aos sons grotescos
e à surdez da posteridade
sirvo-me depois nódoa
à mesa da aristocracia
para poder ela
degustar o suor
que do meu corpo
flui ácido
sirvo de argumento estanque
idiota útil e enxuto
simples no dever
e frouxo ao devir
no ínterim peço
a brancura
sobre o suor
e a sujidade ganha
desejo uma imagem
após outra imagem
ao canto esquerdo
levanto-me pois formidável
e corcunda enfiado
ao canto direito sou
de resto quero saber
o autor de tal cena
sucinto e desiludido afinal
tomo a cinza e a cal
e vou com sede
à minha vida
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